A dúvida surge pela forma como se está actualmente a olhar para as marcas e o seu verdadeiro valor no mercado, que perdeu a carga simbólica e se mede somente em termos financeiros.
“Comunicar é existir no mercado, é criar relações duradouras e com significado junto dos consumidores”
Um dos principais indicadores deste declínio é a desconsideração da notoriedade enquanto objectivo a ser trabalhado, pelo facto de não ser totalmente mensurável. Isto reflecte-se nas propostas apresentadas pelas agências que, em muitos casos, são rejeitadas porque o lucro não é imediato. Mas a construção de uma identidade, da presença de uma marca, da percepção do seu potencial para o consumidor também não são imediatos, são investimentos a ser colhidos no futuro.
“A gestão de marcas entrou num ciclo onde o lucro parece ter-se tornado o único objectivo”
Olhemos para o caso de marcas como Apple, Starbucks ou Coca-cola, cujas identidades, valores e história têm vindo a ser construídos ao longo dos anos. É verdade que a notoriedade que têm é forte, mas não é isso que as faz desinvestir e de deixar de gerir a marca como um somatório de valores muitas vezes intangíveis e imensuráveis. Aliás, é isso mesmo o que as diferencia da concorrência e leva a que legiões de fãs as sigam.
“Sejam PME ou Multinacionais, as marcas têm de começar a criar valor para si, valores para os seus produtos, valores para os seus consumidores”
Ter um gestor de marca capaz de perceber isto é já metade do percurso para o sucesso. Saber comunicar e fazer-se notar numa altura em que os consumidores são bombardeados com inúmeros inputs é um verdadeiro desafio, mas cabe-nos a nós, diariamente, não o esquecer, encontrando soluções diferenciadoras que permitam o envolvimento com a comunicação e valores da marca.